No mundo dos investimentos, uma das questões mais debatidas é a quantidade ideal de ações a ter numa carteira de investimentos. A diversificação é uma estratégia amplamente recomendada, mas até que ponto deve ser aplicada? A resposta não é simples e varia de acordo com o perfil de cada investidor.
A diversificação tem como objetivo reduzir os riscos não sistémicos, aqueles específicos de uma empresa ou setor. Ao espalhar os investimentos por diferentes ações, o investidor pode proteger o seu capital contra eventos adversos que possam afetar negativamente uma única empresa ou setor. No entanto, existe um limite para a eficácia dessa estratégia. A partir de certo ponto, adicionar mais ações à carteira não contribui significativamente para a redução de riscos, podendo até complicar a gestão da carteira.
Estudos sugerem que uma carteira composta por cerca de 15 a 20 ações bem selecionadas pode oferecer um bom equilíbrio entre risco e retorno. Essa quantidade permite uma diversificação eficaz, sem tornar o acompanhamento e a análise dos investimentos uma tarefa excessivamente complexa. É importante, contudo, que estas ações sejam escolhidas com base numa análise cuidadosa, considerando diferentes setores e perspetivas de crescimento.
A seleção de ações deve ser guiada por uma estratégia bem definida, tendo em conta o perfil de risco do investidor, os seus objetivos financeiros e o horizonte de investimento. A diversificação não se resume apenas à quantidade de ações, mas também à qualidade e à complementaridade entre elas.
Assim, mais do que procurar um número mágico, os investidores devem focar em construir uma carteira diversificada que esteja alinhada com os seus objetivos e tolerância ao risco. A chave para o sucesso nos investimentos está na qualidade da seleção e na disciplina de manter a estratégia escolhida.