O ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou no lançamento de mais de 2.000 foguetes a partir da Faixa de Gaza, levantou questões sobre como o grupo militante islâmico conseguiu reunir os recursos para tal ataque sofisticado. A resposta, segundo analistas, está nas criptomoedas1.
O papel das criptomoedas no financiamento do Hamas
Como uma entidade terrorista designada, o Hamas enfrenta sanções e exclusão do sistema bancário internacional. No entanto, relatórios mostram que o Hamas recebeu uma quantidade significativa de financiamento na forma de criptomoedas nos anos que antecederam o ataque a Israel. Entre agosto de 2021 e junho de 2023, o Hamas recebeu 41 milhões de dólares, segundo a empresa de análise e software de criptomoedas BitOK, com sede em Tel Aviv. A Jihad Islâmica Palestina, cujos militantes se juntaram ao Hamas na realização do ataque, recebeu outros 93 milhões de dólares em criptomoedas, de acordo com a pesquisadora de criptomoedas com sede em Londres, Elliptic1.
A evasão de sanções através das criptomoedas
Sob o governo do Hamas, Gaza experimentou um severo isolamento econômico de muitos países. Mesmo com essas restrições, a revista Forbes nomeou o Hamas como um dos grupos terroristas mais ricos do mundo em 2014. Grande parte do financiamento para o Hamas veio de expatriados ou doadores privados na região do Golfo. As criptomoedas facilitaram a evasão das sanções por parte dos apoiadores do Hamas em áreas hostis ao grupo. Já em 2019, as Brigadas al-Qassam estavam pedindo aos apoiadores em seu canal de mídia social Telegram para enviar bitcoin1.
A resposta das autoridades
Após o ataque de 7 de outubro, as autoridades israelenses anunciaram que haviam congelado várias contas de criptomoedas ligadas ao Hamas, dizendo que o grupo havia organizado outra chamada para arrecadação de fundos nas redes sociais. A Binance, a maior bolsa de criptomoedas do mundo, está cooperando com as autoridades israelenses, embora a própria bolsa esteja sob escrutínio pelo papel indireto, mas significativo, que desempenhou no financiamento do terrorismo1.