Copel: Privatização capta R$ 5,2 bilhões e diminui participação estadual para 15%

Copel: Privatização capta R$ 5,2 bilhões e diminui participação estadual para 15%

A venda de ações da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) para se tornar uma verdadeira corporação foi concluída oficialmente hoje, na manhã de segunda-feira (14), durante a cerimônia de toque de campainha que encerrou a oferta inicial de ações no processo de privatização da Copel na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

O follow-on, um sistema em que empresas já bem estabelecidas no mercado abrem a venda de ações para o público investidor, captou R$ 4.530.660.750,00 conforme planejado inicialmente, com o preço das ações fixado em R$ 8,25. No entanto, devido ao lote suplementar negociado até o dia 7 de setembro na B3, o valor deve saltar para R$ 5,2 milhões de captação, com previsão de liquidação das ações dentro do mesmo mês.

De acordo com um comunicado da Copel ao mercado, o Estado do Paraná reduziu sua participação nas ações com direito de voto de 69,66% para cerca de 32,32% após a liquidação da oferta base, o que exclui o lote suplementar de 82.375.650 ações ordinárias.

O governador Ratinho Junior (PSD), que participou do evento ao lado da direção da nova corporação de energia elétrica, expressou: “Este é um passo gigante para a Copel se tornar uma das maiores empresas do Brasil. Agora, com a remoção das amarras burocráticas do Estado, a eliminação das indicações políticas e a incorporação de profissionais do setor para administrar a Copel, a empresa tem todas as condições, nos próximos anos, de se posicionar entre as três maiores do país.”

A operação gerou R$ 2,6 bilhões para os cofres públicos, mas com o lote suplementar, o valor destinado ao Estado aumenta para R$ 3,1 bilhões, o que, de acordo com o governo estadual, deve reduzir a participação do Paraná para 15,6% das ações na Copel. A participação dos acionistas é limitada a um teto de 10%, o que assegura um modelo de capital disperso, sem um controlador privado.

Ratinho Junior justificou a decisão, afirmando: “O Estado ainda continuará sendo o maior acionista, mas permanecerá neste patamar, o que equilibra tanto a visão do estado para o desenvolvimento quanto a independência administrativa da Copel.” Ele também confirmou que o Paraná pretende investir os recursos em programas de habitação e infraestrutura, como “Casa Fácil” e “Asfalto Novo, Vida Nova”, além de projetos de urbanização e iluminação em LED em 160 cidades do Paraná. Também estão previstos investimentos em programas estaduais nas áreas de saúde, educação e assistência social.

O diretor-presidente da Copel, Daniel Slaviero, destacou que o processo durou pouco mais de nove meses, desde a aprovação do projeto de lei na Assembleia Legislativa em 21 de novembro, que deu início ao processo de privatização da Copel. Ele declarou: “Esse modelo sem um controlador definido, no qual o Estado do Paraná possui uma ‘golden share’ para garantir os investimentos na distribuição e o desenvolvimento, além da consequente renovação de nossas principais usinas, é indiscutivelmente o melhor caminho para a Copel assumir um papel de destaque no setor elétrico.”

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