O ouro continua em queda, sem encontrar alívio, após cair abaixo de $1.900 na semana passada1. A queda também eliminou o suporte dos mínimos de agosto, deixando um grande espaço vazio entre esse nível e os mínimos de fevereiro a março, próximos à marca de $1.8001. Mesmo com os principais bancos centrais em modo de pausa, a venda de títulos tem sido implacável, prejudicando o ouro1. Portanto, até que os rendimentos dos títulos comecem a cair, o ouro não encontrará alívio real1. Do ponto de vista técnico, isso pode não acontecer tão cedo, até que nos aproximemos mais do nível de $1.8001. No entanto, levando em consideração a perspectiva estrutural, especialmente se cortes nas taxas de juros estiverem previstos, é provável que essa queda se torne uma proposta atraente para reengajar em posições longas no ouro1.
A análise técnica do ouro sugere que, para que ocorra outra grande alta, será necessário dados econômicos ruins, já que o Federal Reserve (Fed) parece disposto a cortar as taxas de juros se os rendimentos reais aumentarem demais, conforme indicado por alguns membros do FOMC2. No entanto, os dados precisam apontar para uma recessão, pois, sem ela, o Fed não se sentirá confortável em cortar as taxas de juros prematuramente2.
O sentimento de risco no mercado também tem impacto no ouro. O S&P 500, por exemplo, teve um aumento de 0,7% no início do dia, com os investidores mantendo a fé após a notícia de que o governo dos EUA evitou uma paralisação por enquanto3. Além disso, melhores leituras do PMI na China durante o fim de semana também contribuíram para um sentimento mais positivo no mercado3. No entanto, o dólar americano continua em uma posição sólida, com o EUR/USD mantendo-se abaixo de 1.0600 e o USD/CAD testando suas principais médias móveis diárias logo acima de 1.34005. Esses fatores podem continuar a pressionar o ouro no curto prazo.